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Os filhos do coração


Alessandra Ferreira | Psicóloga Infantil


Chegou uma pergunta pelo Facebook do consultório. É de um pai muito amoroso que quer saber qual a melhor idade para contar para meu filho que ele é filho do coração.

Falar desse tema é falar puramente sobre Amor, sobre Perseverança, sobre disposição para Acolher! Todo processo e todo caminho que a família percorre para esse encontro, seja com um bebê que acaba de chegar, seja com uma criança já maior que já iniciou o seu caminho, seja até mesmo um adolescente que espera por este encontro, é muito rico, profundo e potente.


O processo da adoção costuma ser longo, uma gestação maior do que a habitual. E quando chega o momento, é de repente! Uma linda surpresa, momento de alegria e emoção. Nem sempre os futuros pais sabem como falar desse assunto com as crianças ou mesmo com os familiares. As dúvidas surgem: devemos falar ou não para esta criança? Qual a idade ideal?

A idade certa é desde SEMPRE. Todos nós temos uma história, uma biografia que nos faz sentir presente no mundo, que nos dá direcionamento. É importante para a nossa construção como ser humano conhecer de forma verdadeira a nossa história. Claro, que às vezes essa verdade, muitas vezes não é fácil, mas é ela sempre deverá prevalecer, conviver com a verdade é muito melhor do que conviver com a falta dela.

Os livros infantis trazem esse assunto com leveza para que, naturalmente, esta criança seja inserida nesta realidade. Conforme ela vai entendendo, os pais podem falar como a casa ficou mais colorida com a chegada dela, as novas nuances que surgiram na vida de todos a partir de então.

No caso de um bebê, essa conversa pode ser durante o sono. Os pais contam como ele foi esperado, amado, como iluminou a vida de todos. A criança escuta com o coração.

Nesse processo, é muito importante que a família tenha dentro de si o olhar para o lado bom deste caminho, da alegria, do amor, da persistência... Quando ficamos com o voltados para a história de rejeição, de sofrimento que a criança vivenciou, podemos cair na armadilha de sermos permissivos demais com ela. E acabamos não agindo com o intuito de educar, não colocando limites, não chamamos a atenção como deveríamos fazer. É claro, sabemos que este contexto existiu na vida da criança, mas a grandiosidade do acolhimento e da vontade de ficar com ela é muito maior.

Por tudo isso, reforço: a idade certa para se contar a verdade é desde o início, com naturalidade, com confiança de que essa é a melhor maneira de construir uma nova história, de envolver todos nesse amor, uma oportunidade de cuidar e transformar o sentimento que surgir.

Sugestão de livro infantil:

Adoção para crianças – Gatinho Kit

Para a criança colorir e entender a adoção

Autoria: Hália Pauliv de Souza / Renata Pauliv de Souza Casanova

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