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Quando os limites são elásticos demais

Alessandra Ferreira | Psicóloga Infantil

Maria, vai tomar banho!

MARIA, está na hora de tomar banho!

MARIA, VAI TOMAR BANHO A-GO-RA!!!

Começamos pedindo com voz calma, quando nos damos conta já estamos aos gritos. O mais surpreendente é que parece que a criança só entende o pedido ou a ordem quando elevamos bem o tom.


Algo que costumo dizer aos pais é que a criança chega à Terra aos poucos e está sempre em processo de aprendizagem. O que a criança entende quando vê que os limites podem ser esticados como uma bexiga? É preciso entender que quando isso acontece, estamos ensinando a ela que só deve nos atender quando já estivermos gritando.


Tenho outro exemplo. Duas crianças brincando na rua e a mãe de uma delas começa a pedir para que o filho entre. Pede uma vez, duas, três vezes. O amiguinho se espanta:

- Sua mães está chamando, você não vai entrar?

E ele responde:

- Não. Ela ainda nem gritou, quando gritar eu entro.


Também é bastante conhecida a retórica do um..., dois..., três... Dificilmente a criança irá atender o pedido dos pais quando ela ouvir um. Ela sabe que a contagem continua e ela tem mais um tempinho. Já falei em um outro texto sobre a importância nos afastarmos emocionalmente da situação para enxergar como nós estamos lidando com aquilo. Aqui não é diferente. Estarmos inteiros, presentes é essencial! Muitas vezes estamos lavando a louça, trabalhando no computador ou mesmo no celular e do lugar onde estamos gritamos e damos ordens. Assim a criança não sente que esse é o momento realmente.


Uma criança de até 5 anos, aproximadamente, deve ser conduzida por nós pelas mãos. Uma ordem distante dificilmente será compreendida como importante. Se você identificou que já é hora de almoçar, desligue a TV e vá até o seu filho, olhe nos olhos dele e faça o pedido. Lembre-se que ele está aprendendo o tempo todo e deseja a sua presença!

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